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O Hospital José Ignácio Baldó de Caracas

  • Foto do escritor: Josué Silva Abreu Júnior
    Josué Silva Abreu Júnior
  • 24 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Este é a nona matéria da série que cobrirá os 46 hospitais sentinelas inicialmente habilitados para atender pacientes diagnosticados com Covid-19 na Venezuela. Esta é a primeira matéria que aborda um hospital da capital do país, Caracas.

A região metropolitana de Caracas possui cinco municípios, dos quais 4 estão no Estado de Miranda e um no Distrito Capital, conhecido por El Libertador. Este município é o único considerado estritamente como Caracas, sendo os demais considerados região metropolitana. O hospital José Ignácio Baldó, mais conhecido como El Algodonal, está localizado no Distrito Capital e, por consequência, no município El Libertador. Inicialmente, três hospitais foram habilitados no Distrito Capital, e 6 em Miranda. O número de pessoas contaminados é baixo nestes dois Estados até o momento, porém, nas últimas semanas estes têm registrado um aumento significativo no número de casos, podendo se tornar o foco da pandemia na Venezuela no futuro. Após mais de 4 meses da chegada do coronavírus em Caracas, no dia 22 de julho, o Distrito Capital registrava apenas 501 casos confirmados de Covid-19. Este número é consideravelmente baixo, uma vez que a cidade de Caracas possui aproximadamente 2 milhões de habitantes, sem contar a região metropolitana.


Em março, o Hospital El Algodonal, que é especializado em doenças respiratórias, estava pronto para receber apenas pacientes diagnosticados com Covid-19. Por esta razão, o hospital não estava realizando testes. Os casos suspeitos eram encaminhados para o Hospital Lídice ou para o Clínico (Hospital Universitário de Caracas). No dia 11 de abril haviam aproximadamente 3 pacientes internados apenas no El Algodonal. Dois meses mais tarde, no dia 11 de junho, haviam 24 pessoas internadas e, alguns profissionais da saúde ainda temiam um aumento no número de casos, indicando, sem querer, que o hospital ainda não estava próximo de atingir sua capacidade máxima.

No dia 11 de março, a médica pneumologista, Ana Vielma, afirmou em entrevista a várias redes de televisão, que o hospital não possuía planta elétrica. Em função desta declaração, o Blog Venezuela Covid-19 registrou que o hospital não possuía planta elétrica até março, porém, tal notícia está incorreta, uma vez que a médica não disse a verdade. No dia 27 de março de 2020, a empresa Corpoelec realizou uma vistoria na planta elétrica do hospital El Algodonal. Tal planta elétrica não foi instalada após a declaração da médica, uma vez que o jornal El Nacional registrou falhas em 2016 e em 2018. Como uma planta elétrica que não existe pode falhar? Cabe ressaltar que as falhas nas plantas elétricas não foram totais, o que garantiu o funcionamento da unidade de terapias intensivas nestas ocasiões passadas. Considerando que o Algodonal possui planta elétrica, a porcentagem de hospitais capacitados para geração autônoma de energia chega a 82%, no mínimo, e não mais 80%, como o Blog havia anunciado. Nos outros 18%, o Blog ainda não conseguiu obter a informação, porém, os fatos serão esclarecidos ao longo deste estudo.

Em 2018, a então presidenta do Colégio de Enfermeiras do Distrito Capital, Ana Rosário Contreras, afirmou que o hospital não passa nenhuma hora sem água. Como o fornecimento de água por tubos não é contínuo, o hospital mantem cheios os seus tanques de reserva. O hospital possui igualmente uma bomba para subir com a água para os andares superiores no caso da falta de fornecimento por tubos. Os portais opositores, no entanto, se referem às bombas apenas quando estas apresentam falhas, como foi o caso da matéria publicada pelo portal Crônica Uno em 2016.

Os equipamentos para a atenção à Covid-19 começaram a chegar no dia 17 de março, apenas quatro dias após a confirmação do primeiro caso. Apesar disso, alguns profissionais da saúde realizaram protestos no dia 9 de março exigindo tais equipamentos que já estavam previstos para serem entregues. Entre os equipamentos doados constavam máscaras cirúrgicas, batas descartáveis, luvas e toucas, assim como equipamentos de gás arterial e radiologia. No dia 20 de março o governo nacional anunciou o envio de equipamentos para todos os hospitais sentinelas.

Com estas informações é possível observar que o Hospital El Algodonal está sendo assistido pelo governo por meio do envio de EPIs e de equipamentos para exames clínicos. O hospital, assim como os demais estudados, possui plantas elétricas, tanques e bombas d'água, indicando uma vez mais o exagero da grande mídia que chega a afirmar que os médicos venezuelanos não possuem água nem para higienizar as mãos. Embora o crescimento no número de casos seja uma preocupação, até o momento o Hospital El Algodonal, assim como a cidade de Caracas como um todo, não apresenta um número elevado de pessoas contaminadas e óbitos por Covid-19, quando comparado a hospitais de outros países da América, como Brasil, Colômbia, Peru, Chile, Equador e Estados Unidos.

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